Filho, não faz mal!
Meu amor, meu
doce,
tento todos os dias compreender-te. Tento colocar-me no teu lugar. Tento nunca esquecer-me de que és ainda um bebé e não um pequeno adulto.
Por isso quero
que saibas que não faz mal!
Quando entornas a
comida no chão, porque as tuas mãozinhas pequenas não têm a destreza de um
adulto, não faz mal…
Quando passaste a
correr deixaste cair aquela jarra que se partiu, não faz mal… Não o fizeste por
mal, e sabes que mais?! Jarras já muitas!
Quando não queres
ficar sossegado a ver um filme, mesmo que eu te implore… Eu é que tenho que
perceber que para ti o dia é muito longo, tem muitas horas, e tu gostas mais de
brincar, por isso, não faz mal…
Quando ficas
birrento por passarmos “séculos” no carro para chegar a algum lado, não faz mal…
Quando fazes xixi
nas cuecas… Sabes que mais?! Não vais fazer para sempre… Por isso, não faz mal!
Quando acordas
cedo ao Domingo… é chato, mas não há melhor maneira de acordar do que contigo,
por isso, Não faz mal…
Quando espalhas
os teus brinquedos todos, sabes no que penso?! Que daqui a uns anos, quase me
vais proibir de entrar no teu quarto, por isso, enquanto me quiseres por lá a brincar
contigo, não faz mal!
Quando queres a
chucha e a fraldinha e colinho, mesmo que seja no meio das compras, não faz mal…
Só não quero que chegue o dia em que não queiras mais o meu colo.
Quando gritas, ou
falas muuuiitttoooo alto… Isso é vida, e alegria, por isso, não faz mal!
De tantas coisas
que algumas pessoas, às vezes, te dizem que não se faz, quero que saibas que
por mim, não faz mal!
Fotografia: Yellow savages Photography
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